A cada vez que o Rio Vacacaí Mirim sobe, um pedaço da estrada cai

O acesso dos moradores do entorno da Estrada Municipal Ângelo Berleze, perto do bairro Pé de Plátano, até outros pontos da cidade, está cada vez mais difícil. É que parte da via de chão desmorona quando o rio Vacacaí Mirim enche. E a cada chuva forte, aumenta o risco de ceder ainda mais a única passagem de mais de cem moradores.

Até a tarde de segunda-feira, era possível trafegar pelo trecho, mas ônibus, caminhão ou transporte escolar enfrentam dificuldades. Conforme os moradores, em dias de chuva, esses veículos não passam no local do desmoronamento.
- Cansei de andar mais de meia hora para chegar onde o ônibus passa - comenta uma idosa de 85 anos que preferiu não ser identificada.

O temor dos moradores é de que fiquem ilhados, caso mais um pedaço da estrada desmorone e deixe o acesso completamente interditado.
- Já pensou se dá um problema de saúde em alguém aqui? Não tem como passar. Os pais têm que levar as crianças de carro até o outro lado, se não, elas têm que caminhar dois ou três quilômetros para pegar o transporte - diz Clédio Machado, 50 anos.

A vizinhança conta que dois abaixo-assinados, um de 2004 e outro de 2014, foram entregues à prefeitura, com reivindicações de melhorias. Os moradores garantem que também já fizeram protocolos na Secretaria de Infraestrutura, Obras e Serviços. Eles estão dispostos a contribuir com o custo das máquinas e já teriam pedido licença ambiental de contenção do rio para resolver o problema.

O secretário Tubias Calil diz que o secretário-adjunto, Alexandre Brasil, foi até o local para conversar com representantes da comunidade.
- Uma contenção não seria viável. Primeiro porque seria necessário a licença ambiental, e, segundo, porque seriam necessárias umas 500 cargas de pedra. Não temos condições técnicas e não resolveria o problema, porque, com uma próxima chuva, não ia durar - explica o secretário.

Para Tubias, é preciso que o proprietário de um imóvel perto da estrada autorize a abertura de uma nova estrada onde há desmoronamento. O Diário tentou contato com o dono do terreno, mas não conseguiu.